terça-feira, janeiro 18, 2011

Porque sim...














6 de Abril de 2010

segunda-feira, junho 07, 2010

A Estrela

O Principezinho sentou-se numa pedra e levantou os olhos para o céu:

- Se calhar as estrelas só estão iluminadas para que, um dia, cada um de nós possa encontrar a sua…


Antoinne Saint-Exupéry, O Principezinho,

quarta-feira, dezembro 23, 2009

NATAL CHIQUE

Percorro o dia, que esmorece

Nas ruas cheias de rumor;

Minha alma vã desaparece

Na muita pressa e pouco amor.


Hoje é Natal. Comprei um anjo,

Dos que anunciam no jornal;

Mas houve um etéreo desarranjo

E o efeito em casa saiu mal.


Valeu-me um príncipe esfarrapado

A quem dão coroas no meio disto,

Um moço doente, desanimado…

Só esse pobre me pareceu Cristo.


Vitorino Nemésio

terça-feira, maio 12, 2009

Navio que partes para longe,

Navio que partes para longe,
Porque é que, ao contrário dos outros,
Não fico, depois de desapareceres, com saudades de ti?
Porque quando te não vejo, deixaste de existir.
E se se tem saudades do que não existe,
Sente-se em relação a coisa nenhuma,
Não é do navio, é de nós, que sentimos saudades.

Alberto Caeiro

terça-feira, maio 27, 2008

domingo, maio 18, 2008

Adeus

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.

Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

Eugénio de Andrade

domingo, maio 04, 2008

MÃE

Mãe! Vem ouvir a minha cabeça a contar histórias ricas que ainda não viajei!
Traz tinta encarnada para escrever estas coisas!
Tinta cor de sangue verdadeiro, encarnado!
Eu ainda não fiz viagens
E a minha cabeça não se lembra senão de viagens!
Eu vou viajar.
Tenho sede! Eu prometo saber viajar.
Quando voltar é para subir os degraus da tua casa, um por um.
Eu vou aprender de cor os degraus da nossa casa.
Depois venho sentar-me a teu lado.
Tu a coseres e eu a contar-te as minhas viagens, aquelas que eu viajei, tão parecidas com as que não viajei, escritas ambas com as mesmas palavras.
Mãe! Ata as tuas mãos às minhas e dá um nó-cego muito apertado!
Eu quero ser qualquer coisa da nossa casa.
Eu também quero ter um feitio, um feitio que sirva exactamente para a nossa casa, como a mesa. Como a mesa.
Mãe! Passa a tua mão pela minha cabeça!
Quando passas a tua mão na minha cabeça é tudo tão verdade!

Almada Negreiros

terça-feira, abril 29, 2008

2ª Caminhada - Mondim de Basto - Excelente

sábado, março 08, 2008

1ª Caminhada - Celorico de Basto

segunda-feira, setembro 10, 2007

Red Bull 2007 - O Máximo

segunda-feira, julho 02, 2007

A fada Oriana

Que difícil que é a vida dos homens, pensou ela. Eles não têm asas para voar por cima das coisas más."


Sophia de Mello Breyner Andresen
em A Fada Oriana

sexta-feira, junho 01, 2007

Aos Meus Amores Perfeitos

Amores Perfeitos

Os amores
do meu jardim
não são perfeitos.

Azuis,
amarelos,
lilazes,
todos eles
são frágeis.

Delicados,
não sobrevivem
aos verões.

Os amores-perfeitos,
embora imperfeitos,
pontilham de alegrias
os meus canteiros.

Eu quero amores-perfeitos,
embora não possa tê-los
todos os dias.

Eu amo amores-perfeitos,
mesmo quando
eles são apenas uma promessa.

Os amores do meu jardim
não são perfeitos.
Se perfeitos fossem,
divinos seriam.

(Mirtes Sfredo Wicteky)

Por tudo o que me ensinaram
Um até ao ano ou até sempre...

sábado, maio 19, 2007

O GUARDADOR DE REBANHOS (IX)

Sou um guardador de rebanhos

O rebanho é os meus pensamentos

E os meus pensamentos são todos sensações.

Penso com os olhos e com os ouvidos

E com as mãos e os pés

E com o nariz e a boca.

Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la

E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

Por isso quando num dia de calor

Me sinto triste de gozá-lo tanto.

E me deito ao comprido na erva,

E fecho os olhos quentes,

Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,

Sei a verdade e sou feliz.

Alerto Caeiro

quarta-feira, março 28, 2007

Aos meus amores

Fumo

Longe de ti são ermos os caminhos,
Longe de ti não há luar nem rosas,
Longe de ti há noites silenciosas,
Há dias sem calor, beirais sem ninhos!

Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas...
Abertos, sonham mãos cariciosas,
Tuas mãos doces, plenas de carinhos!

Os dias são Outonos: choram... choram...
Há crisântemos roxos que descoram...
Há murmúrios dolentes de segredos...

Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, ó meu Amor, pelos espaços,
Fumo leve que foge entre os meus dedos!...

Florbela Espanca

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Fernando Pessoa

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto é melhor, quanto há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
O mais que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...

Fernando Pessoa

domingo, janeiro 28, 2007

Problema Relativo



domingo, janeiro 07, 2007

Pedra Filosofal

Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso,
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos,
que em oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho alacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que foça através de tudo
num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara graga, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa dos ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, paço de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão de átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que o homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.

António Gedeão

quarta-feira, janeiro 03, 2007

De novo na rotina

Estava na expectativa de como seria voltar ao dia a dia. Os que vieram já foram e os dias longos de conversa e convívio terminaram. Com alguma dificuldade lá vou retomando as actividades ditas normais. Não fiz grandes projectos para 2007, apenas alguns pequenos projectos. Foi bom voltar a ver os colegas e ter saudades dos amigos da cidade… Agora vamos ao trabalho….

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Olá


Termina um ano...
Fazemos balanços....
Começa um novo ano...
E começamos novos projectos.


Bom 2007 para todos